02/09/2005

Preço do Combustível em Bento

 

Procurando retratar a economia local, trazemos a reflexão o preço dos combustíveis praticado em nossa cidade. Com mais de trinta postos de serviços, podemos entender como pode ser repartido um faturamento anual estimado para este ano,  próximo de 50 milhões.

Passou-se o tempo em que um posto de serviços vendia volumes acima de duzentos mil litros de combustíveis por mês, agregando a venda de uma série de produtos complementares.  Além das novas tecnologias, em que a troca de óleo de fazia a cada 1.300 km, adicionou-se a melhora do desempenho e rentabilidade em termos de quilômetro rodado por litro de combustível.

Quanto aos custos, um posto de serviço tem seus picos de atendimento, necessitando manter um plantel de atendentes para os momentos de maior demanda, que dependendo da localização, acontece ao meio dia ou próximo das dezoito horas.

Estabelecido estas premissas, a margem varia de sete a onze pontos percentuais sobre as vendas, margem esta bruta, que devem ser deduzidos os custos tributários (embora pequenos pelas vendas, uma vez que utilizam a substituição tributária) e os custos de funcionamento, além  dos financeiros, porque comprar combustível a prazo virou prática comum.

Assim, um custo fixo dimensionado pelo pique de atendimento, com baixa litragem de venda, obriga ao varejista a praticar preços muito diferentes dos postos com mais de duzentos mil litros mês de venda. Por isso que os preços de Bento estão acima dos preços praticados por grandes postos de serviços, justificativa muito diferente da que se ouve, de que é a ganância que eleva os preços. Até aqui é simplesmente uma constatação.

Pos bem, a quem cabe o gerenciamento deste mercado. O livre comércio, ou seja, o direito de qualquer um de se estabelecer, poderia levar á pensar que a concorrência beneficia o consumidor, diminuindo os preços. Ledo engano, pois os custos são inevitáveis e o consumo de combustíveis, mesmo baixando o preço não aumentaria, havendo sim, uma migração para os varejistas com menor preço.

Desta forma, poderíamos concluir que se houvesse uma reserva de mercado aos atuais comerciante -  suspendendo temporariamente a instalação de novas ofertas até que se nivelem as vendas a níveis em que os preços -  os atuais custos fixos seriam diluídos numa maior quantidade lítrica, e aí sim, os preços tenderiam a baixar.

Portanto, toda a cidade tem seu gerente e entendemos que um estudo poderia ser realizado para se verificar quais os níveis de negociação que poderia propiciar uma diminuição dos preços, controlando sim os monopólios e cartéis que poderiam se formar. A formação de comissões de estudo tem sido a melhor maneira de uma maior participação da comunidade nos interesses que lhe dizem respeito, fugindo assim da responsabilidade de um executivo. Pensamos que estes assuntos devam ser discutidos imediatamente, sob pena de nos acostumar com as lamúrias.

 

Enio Gehlen – Economista e Contador
GEHLEN CONSULTORES
http://www.gehlenconsultores.com.br

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