25/08/2005
COMO ANDA O VAREJO EM BENTO A
participação do varejo na economia local é muito menor em relação
à média dos municípios do estado, não porque não seja consistente e
sim, por que a indústria é essencialmente exportadora para outras
unidades da federação e para o exterior. Para
entender melhor o comércio, baseado no histórico, nossa pesquisa
estimamos que neste ano de 2005, considerado a estagnação da economia,
a indústria terá uma Receita Bruta estimada em R$ 1.350 milhões, o
Comércio R$ 470 milhões e os serviços (não considerados construção
civil, serviços profissionais, bancários e públicos) em torno de R$
141 milhões (entendamos aqui Receita Bruta, o Faturamento deduzido do
IPI). Dos
R$ 470 milhões do comércio, temos aproximadamente R$ 70 milhões de
atacadistas, que são alimentos (R$ 38 milhões), produtos que alimentam
a construção civil e boa parte da indústria moveleira, metalúrgica e
alimentícia, considerados aqui os insumos industriais, que na verdade,
para fins de análise, consideram-se estes últimos, serviços da indústria. Assim,
sobram para o varejo propriamente dito, aproximadamente R$ 400 milhões
que podemos dividir nos principais segmentos que são: Veículos R$ 51,2
milhões; Supermercados e mini mercados R$ 45,9 milhões; Combustíveis
R$ 44,6 milhões; Autopeças, bicicletas e outros R$ 41,3 milhões; Máquinas
e equipamentos R$ 33,2 milhões; Ferragens, tintas e Mat. Contr. R$ 28,3
milhões; Moveis e Artigos de Habitação R$ 19,1 milhões; Mercearias,
Fruteiras e Bebidas, exceto bares R$ 16,3 milhões; Farmácias,
drogarias e perfumarias R$ 15,7 milhões; Livrarias, Material e Móveis
de Escritório, Informática e Escolar R$ 13,9 milhões; Gás liquefeito
de petróleo R$ 10,1 milhões; Bazares e assemelhados em torno de R$ 7,1
milhões, e as Floriculturas menos de meio
milhão de reais. Para
muitos, talvez seja surpresa estes números, mas é a realidade dos
estabelecimentos do comércio de Bento Gonçalves, que emitem documento
fiscal na âmbito do município, não considerado outras unidades de negócios
(tais como filiais) em outras localidades. Bento
tem uma diversificação muito boa do seu comércio e a busca por novas
opções em outros centros, pode-se considerar normal, quando analisados
os fatores que impulsionam o consumidor a novidade. A discrição e o
anonimato buscados para as compras em outras cidades, também é um
fator para compras de elevado valor, como automóveis, confecções,
material de construção e utensílios domésticos. As
condições de negócio, tal como a utilização do Cartão de Crédito,
tem sido também um fator atrativo dos grandes centros, pois o pequeno
comerciante tende a não disponibilizar este serviço, geralmente pelo
alto custo de manutenção. O financiamento prestacionado, independente
dos juros praticados, também tem sido um forte fator atrativo, bastando
o consumidor ter uma boa ficha cadastral. Se
analisarmos a curva de ofertas de produtos do varejo em Bento Gonçalves,
podemos dizer que praticamente não existem nichos deficientes,
percebendo sim talvez que a comunicação de oferecimento não tenha
encontrado ainda o canal mais adequado, onde a mídia aproxima grandes
complexos comerciais, com ofertas âncoras como fator atrativo, através
das promoções pontuais. Se
estabelecer com comércio na cidade, hoje, tem que ser muito bem
avaliado, pois se estima que a oferta está pouco acima da demanda, e
que um novo ponto de venda terá a inevitável tarefa de absorver
mercado de quem já está estabelecido. Para exercer esta concorrência,
preço, condições e atendimento terão que vir juntos, num pacote
diferenciado, na cativa do novo cliente. O tempo de conquista do cliente
talvez seja fatal para o novo empreendedor, ou seja, o custo na busca do
cliente terá um sacrifício financeiro que poderá esgotar o capital
inicial destes pequenos negócios. A
nossa experiência trará em outra oportunidade, as condições mínimas
de estabelecimento de comércio em nossa cidade, diante dos custos
elevados, principalmente os aluguéis.
Enio
Gehlen – Economista e Contador |