20/06/2005
Depois de algum tempo, voltamos as lides de escrever sobre temas
de economia, contabilidade e de gestão, fruto da produção de uma
equipe de trabalho voltada ao bem comum. Acreditamos que
vivência e a experiência de quase quarenta anos ligados à
contabilidade, trinta em economia e quinze de docência, possa ensaiar a
pretensão de contribuir com a socialização da informação. O
trabalho coletivo fortalece e dá sustentabilidade, por isso
a responsabilidade desta coluna será individual de quem a
escrever, mas vinculados ao quadro de colaboradores da organização
GEHLEN CONSULTORES, voltados a provocação do pensamento.
Nossa organização trabalha além de
outros assuntos, com pesquisas econômicas regionais, que no
desenvolvimento desta relação, estaremos divulgando e comunicando
nossos pensamentos. Política x Economia
Há algum tempo vimos ouvindo que o Brasil está em crise. Na
verdade, esta situação de crise é considerada normal dentre os
historiadores uma vez que não se conhece o estágio de que se possa
dizer que “a obra esteja pronta”.
Muito se fala na busca do equilíbrio ideal, que na fome se busca
o suprimento e que na fartura se guarda. A globalização desencadeada
no início da década de noventa, tem se jogado o empreendedor na arena
de verdadeiras feras, trazendo a premissa de que, quando a água bate
nas partes inferiores, se aprende a nadar.
Os últimos governos brasileiros tem sido impulsionados ao
progresso, utilizando as tecnologias de ponta, sem respaldo econômico e
financeiro para tanto, se endividando a custo de receitas futuras, com
financiamentos a longo prazo, mesmo com juros subsidiados. A moeda de
troca internacional não é a mesma que a interna, ou seja, somente se
paga conta no exterior com divisor comum de troca (Euro ou Dólar) e a
busca de recursos no exterior, somente se paga com moeda comum aceita lá
fora. Aliado a isso, se compreende hoje que os governos não são mais totalitários em comandar as economias, dependendo de uma conjunção de fatores, cujo um dos principais pilares é a economia mundial. Os fatos ocorridos nos grandes centros ou mesmo as catástrofes em outros menores, tem efeitos imediatos sobre qualquer economia. Uma simples greve na Bolívia pode ter o mesmo efeito que uma entrevista de um parlamentar brasileiro. É a comunicação.
Em nível regional, os pólos moveleiro e vinícola estão em
crise também pela perda da renda nacional -
reflexo do baixo crescimento do PIB nos últimos anos – e pela
valorização da moeda nacional (ou desvalorização do Dólar e Euro),
motivado pela grande oferta de moeda no mercado, desencadeado mais pela
estratégia do governo do que fruto do acaso. O Tesouro Nacional tem até
27 de julho, grande quantidade de dívida indexada em moeda estrangeira
e é intenção do governo em mudar o perfil desta dívida, aumentando a
taxa de juros (SELIC) de captação para suprir o caixa do tesouro. Qual
seria o preço desta estratégia, atrelada talvez ao superávit primário?
Ouvi nesta semana que o empresário que sobreviverá este inverno, tem
grande chance de ter uma vida longa e profícua. Enio
Gehlen – Economista e Contador |